Ninguém provou nada


O texto de hoje é a transcrição de um diálogo que aconteceu ontem, logo após a apuração de votos, e confirmação da reeleição de Geraldo Alckmin ao Governo de São Paulo:

Pessoa 01: Você viu? O Alckmin conseguiu no primeiro turno. Que bom!

Pessoa 02: Bom? Bom por que? E a questão da educação com a progressão continuada? E a saúde com os péssimos atendimentos? E transporte público? O escândalo do metrô? E...

Pessoa 01: Deixa de ser besta. Ninguém provou nada. Então, ele não é culpado.

A conversa continua, sobre as eleições, assuntos aleatórios. Nesse meio tempo, mais uma pessoa chega, e a pauta volta ao primeiro plano quando ela diz:

Pessoa 03: Vocês viram? O Collor foi reeleito no Alagoas.

Pessoa 01: Como assim? Esse povo tem memoria? Não lembram de tudo que esse cara fez? Não recordam o que ele fez ao Brasil? Que tiramos ele do poder?

Pessoa 03: É, mas ninguém provou que ele fez algo.

Pessoa 02: Isso. Ninguém provou nada. Igual ao Alckmin.

Silêncio...

Imagem: #148806420 / gettyimages.com

2 comentários:

  1. Andréa Motta07/10/2014, 14:30

    Muito oportuno ler o seu texto no dia em que se celebra São
    Francisco de Assis: "onde houver ódio que eu leve o amor; onde
    houver ofensa que eu leve o perdão"! Respondendo à pergunta do
    título: você não está enganado! Enganados estamos todos nós quando
    usamos o discurso religioso como fundamentação para todos os
    nossos preconceitos e usamos o nome de Deus como justificar a nossa
    própria intolerância.

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